Queda de cabelo no outono – até que ponto é normal?
A observância da natureza revela o quanto somos interligados, interdependentes e similares com os demais seres vivos. Os ciclos de elementos e fenômenos naturais também representam bem isso. São convites e mensagens que reafirmam o quanto estamos integrados com o meio ambiente. Hoje o aprendizado é com as estações do ano, especificamente, a atual: outono. Mais precisamente, sobre a queda de cabelo que nos ocorre, assim como nas árvores.
Outono que chega, cabelos que se vão
Sim, o outono é uma época de transição para as árvores, que perdem suas folhas por uma questão de sobrevivência. Se não caíssem, se queimariam com o frio do inverno e, assim, os ciclos de respiração da árvore se findariam bruscamente, o que resultaria em sua morte. Já para nós, a perda dos fios não é nada heroica. Queda de cabelo não é só uma questão estética, associa-se com falta de viço, saúde, vitalidade ou envelhecimento.
Vários fatores podem estar relacionados à queda de cabelo, inclusive problemas de saúde. Mas pesquisas indicam que o cabelo cresce mais no verão do que no inverno e cai mais no outono devido à combinação do fator climático com a mudança de hábitos, inclusive alimentares. E isso ocorre independente de sexo, idade ou lugar.
Primeiramente precisamos saber: cabelos crescem, em média, 1 cm ao mês; é normal cair uma média de 100 fios ao dia. A queda dos fios é parte natural do ciclo de vida dos cabelos, que consiste em fases de crescimento (cm duração de 2 a 4 anos, podendo chegar a 8 anos), repouso (ou fase catágena, que tem duração média de 3 semanas) e queda (que tem duração de 3 a 4 meses, também conhecida por fase telógena). Ou seja, a queda de cabelo é um processo natural.
Adeus cabelos velhos, feliz outono novo
Entretanto, as alterações climáticas e de hábitos no outono acentuam essa queda, e pode fazer uma pessoa perder até 600 fios por dia!! Isso ocorre porque os fios já estavam prontos para cair, mas ao invés de caírem aos poucos, caem de forma excessiva devido à combinação dos seguintes fatores:
- redução na incidência do sol sobre a superfície, fazendo com que os dias durem menos que as noites (redução gradativa das temperaturas) – o que provoca diversas alterações climáticas e naturais;
- com menos sol, as células produtoras de melanina produzem menos deste pigmento, diminuindo a cor e o brilho dos cabelos;
- diminuição da umidade do ar;
- as pessoas tendem a se proteger do frio e acabam evitando o contato com os raios solares que gera vitamina D no corpo;
- os banhos são mais quentes. Esse aquecimento excessivo pode formar bolhas na estrutura dos fios, deixando-os mais frágeis e quebradiços;
- a água quente aumenta a oleosidade do couro cabeludo, fazendo com que surjam alergias na região da cabeça, ou caspas, que é a descamação do couro cabeludo;
- a temperatura mais baixa induz a uma alimentação mais gordurosa, com menos frutas e verduras, causando um desequilíbrio nutricional que afeta as quantidades ideais de vitaminas no organismo;
- especialistas acreditam que na primavera e no outono passamos por mais substituições capilares, que nessa época cerca de 20% do cabelo deixa de crescer ou cai.
Ameaças químicas aumentam queda de cabelo
Além desses, tintura em excesso e lavagem diária podem acentuar o problema da queda de cabelo. A tinta elimina a oleosidade natural que vem da raiz, deixando o fio mais seco e sem a proteção natural. Lavar cabelo seco diariamente também pode acentuar a queda. O ideal é fazê-lo apenas três vezes por semana. Mas a regra não é válida para cabelos mistos, oleosos. Em ambos os casos, a melhor opção é usar produtos naturais. As tinturas e shampoos químicos além de conterem substâncias sintéticas que enfraquecem os fios, podem também causar alergias e outras doenças. Já produtos naturais e veganos, além de serem eficazes, são multifuncionais, e promovem higienização e fortalecimento sem prejuízos ao organismo.
É preferível que se opte por shampoos livres de sal, sulfatos, parabenos, silicones, formaldeídos, óleo mineral, corantes artificiais, fragrâncias sintéticas, derivados de petróleo, substâncias geneticamente modificadas e substâncias irradiadas. Os parabenos, por exemplo, são compostos químicos utilizados como conservantes, principalmente em cosméticos. Os tipos mais comuns são o metilparabeno, o propilparabeno, o etilparabeno e o butilparabeno. Seu impacto na saúde é polêmico, e está correlacionado a doenças como o câncer e interferência no sistema endócrino de humanos e animais. Se quiser saber mais, acesse o Guia de consumo de cosméticos da Caule.
Soluções
Nem tudo está perdido. É possível amenizar o impacto da queda de cabelo durante o outono adotando as seguintes medidas:
- não lavar cabelos secos todos os dias;
- sempre se expor ao sol para fortalecimento dos fios;
- evitar prender o cabelo para evitar o desgaste do couro cabeludo;
- evitar o uso de bonés e chapéus para evitar o abafamento do couro cabeludo;
- evitar shampoos com sulfatos;
- usar produtos ideais para cada tipo de cabelo;
- limpar a raiz, estimular os folículos capilares, com a ajuda de massagens capilares;
- detox de argila verde no couro cabelo; e,
- adicionar 5 gotas de óleo essencial de alecrim ao shampoo.
Alerta
Além da estação do ano e do processo natural de queda dos fios, há razões emocionais e hormonais ligadas a esse tema: pós-parto; anemia; dieta pobre em proteínas; uso de produtos químicos, como tinturas, água oxigenada, permanentes, alisantes, descolorantes e outros produtos; infecção por fungos; uso de medicamentos; uso de pílulas anticoncepcionais; distúrbios da tireóide; febre e infecções; estresse; alopécia areata; calvície hereditária; queda por pressão; outras causas: tratamentos para câncer (quimioterapia e radioterapia), lúpus, tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas e abuso dos secadores de cabelo.
Pode ser assustador ver os cabelos caindo aos montes, o caso não será preocupante se a reposição for proporcional. Caso não seja, aí vale um sinal de alerta e procurar um médico.