Mulher empreendedora, minha história
Eu, Janine, mulher empreendedora, conto aqui minha história de trabalho com propósito, desde antes da Caule que nasceu em 2012.
Eu amo ler, ouvir, assistir histórias de empresários e empresárias e de empresas e, em geral, são histórias emocionantes cheias de altos e baixos, surpresas, desafios e conquistas.
O “Quem somos” dos meus sonhos
Sabe o que eu faço quando eu tô pesquisando sobre algum produto? Eu rastreio a história dos donos ou donas das empresas. Assim que eu identifico os reais valores das empresas e interesses delas.
Pode ser um site de uma gráfica, se tem um “Quem somos” eu leio sempre! A-do-ro! Mas me frustro regularmente porque, em geral o quem somos tem três frases falando genericamente de como a empresa é legal.
Daí eu me dei conta que o “Quem somos” da Caule tava só um pouco melhor que isso. E olha que a minha história como mulher empreendedora é muito legal, nada modéstia à parte.
Aqui nosso vídeo de apresentação no nosso canal no YouTube
Então eu fiz aqui uma biografia minha porque é assim que eu gostaria de encontrar o “Quem somos” das empresas! Assim tudo detalhado pra eu ter o máximo de noção, consciência em qual projeto de mundo eu estou investindo, em quem eu estou investindo!
Mulheres e homens empreendedores em quem investimos
Eu vejo, digo e repito:
“Cada real é um voto num projeto de mundo. Em qual candidato/candidata tu vota a cada compra?”
É imprescindível saber em que projeto estamos investindo de fato. Então me conta: já calculou o quanto investe por ano na empresa de pão que compra? No supermercado em que compra? Então, desde agora, investiga teus investidos!
E eis a minha história de mulher empreendedora que começou só aos 27 anos, ou aos 5 anos quando eu vendia leques de cartolina. Mas, eu vou contar a minha história desde antes de eu nascer porque eu quero saber de quem são filhos os empresários e empresárias em quem invisto.
Onde nasci
Eu sou fruto da biodiversidade brasileira, eu nasci num apartamento de 1 quarto num bairro operário de Porto Alegre, meu pai era aeroviário, trabalhava na VARIG, minha mãe era do lar.
Meu pai nasceu em Porto Alegre e desbravava em bandos de crianças a cidade e minha mãe nasceu em Tapes, na famosa casinha de sapé e lá morou até os 25 anos. Lá ela vivi numa fazenda e trabalhava com a fibra de butiazeiro e lavava roupa no rio.
Moramos eles, eu e meu irmão ali no apartamento até meus 3 anos e quase 1 do Cris, meu irmão. Daí fomos para um bairro mais pra periferia de Porto Alegre ao lado dos meus avós. Foi quando comecei a estudar que era um sonho desde os meus dois anos. Hehe!
Minha infância
Fiz 7 anos já num bairro de periferia de Gravataí que é uma cidade dormitório na Grande Porto Alegre, ali estudei em uma escola pública.
Aos 10 anos entrei para a escola particular da cidade. Onde eu queria estudar por causa da arquitetura antiga e imponente. Mas não gostei muito da pedagogia das irmãs católicas. A contínua ênfase no quanto crianças pobres e crianças na África sofriam me tocava muito porque eu já era muito sensível. Eu queria entender porque no mundo algumas pessoas sofriam e outras não.
Nessa mesma época questões ambientais que chegavam à mim pelas notícias de queimadas na Amazônia e do ambientalista Chico Mendes me impactaram muito. Eu chorava ao ver as cenas das árvores queimando e queria ser como o Chico Mendes. Fiz com 2 amiguinhos o Clubinho do Verde e lembro de fazermos e colarmos cartazes na escolas com frases do tipo: “Salve a Natureza”. Por isso brinco que sou ecologista desde criança.
Adolescência e faculdade
No ensino médio quis sair da escola de freiras porque eu já era uma adolescente rebelde, queria ter uma banda e queria estudar na capital. Foram 3 anos em que estudos eram secundários, literalmente, porque meu foco era a minha cara cheia de espinhas que eu não conseguia resolver…
Na hora de escolher a faculdade eu escolhi ter uma banda e não fazer faculdade, mas meu pai me disse: tu vai fazer faculdade, pode escolher, mas tu vai fazer faculdade. Escolhi a faculdade de turismo, já que faculdade de música seria focada em música clássica e artes idem. O turismo envolvia muito do que eu gostava: arte, geografia… Fazia teatro na mesma época e pensei muitas vezes em largar o turismo pelo teatro. Mantive ambos em paralelo.
Primeiras experiências de trabalho
Ao me formar em turismo me dei conta que o mercado para a área que eu gostava, o planejamento, com ênfase em base comunitária e agroecologia, não tinha mercado. Então fui trabalhar nos Estados Unidos num parque de diversões. Eu que já era vegetariana há 4 anos jurei chorando, diante dos hambúrgueres, que eu nunca mais trabalharia sem causa, sem propósito. A pior miséria é dedicar horas de vida no que não acreditamos ou que pelo contrário é algo que vai contra nossos princípios.
Na volta assisti a palestra do ambientalista gaúcho Luiz Jacques Saldanha e graças a ele comecei a pesquisar sobre os ingredientes químicos sintéticos na nossa rotina, saúde e sustentabilidade. Inclusive segue aqui um post que foi convidada a fazer pelo site japonês de recomendações que tu pode ler aqui: Cosméticos Naturais: 10 Dicas de Conteúdos para Iniciar a Mudança
Voltei determinada a trabalhar com propósito. Uma amiga me enviou uma vaga para o qual eu não tinha os pré-requisitos exatamente mas eu sabia que eu faria um excelente trabalho. Consegui o trabalho de Agente de Campo no Você Apita, projeto nas escolas focado em Protagonismo Juvenil que abarcava mobilidade, inclusão, preservação ambiental… Por dois anos agitei as escolas primeiro em Bento Gonçalves e depois em Florianópolis perguntando aos estudantes o que viam que precisa mudar na escola e no bairro e fazendo ações para transformar com eles. O projeto terminou e me senti sem chão.
Um ano sabático que virou uma vida sabática?
Passei a pintar camisetas que eu vendia na Universidade Federal de Santa Catarina, na rua, não dentro… Queria então ir além, viajar de carona e morar numa comunidade alternativa com permacultura. Tive contato com a permacultura em eventos e nos Fóruns Sociais Mundiais na época da faculdade.
Viajei de carona com amigos de Florianópolis à Jericoacoara passando por Brasília e Piauí e voltando pelo nordeste e passando por Alto Paraíso. Depois de cerca de um mês vivendo no evento: Chamado do Beija Flor (acampamento coletivo selvagem) e de muitas noites em barraca em postos de gasolina pelo nordeste cansei de tantos desafios. Foi uma experiência incrível de viver as entranhas do nosso país com o povo, especialmente os caminhoneiros.
Voltei à Florianópolis e morei na casa de uma amiga com muitas pessoas, eu na “liderança”, instalei banheiro seco até dentro de casa.
Meu primeiro empreendimento, o Haribo e segundo grupo de teatro
O Haribo era um docinho vegano, funcional, lixo zero começamos em 2006. Clica aqui pra ver a receita do Haribo!
Voltei a morar em Porto Alegre no mesmo apartamento que nasci e nessa época voltei ao teatro, fiz Curso de Aperfeiçoamento de Atores (CPTA -SESC), fazia dança teatro no grupo Ballethumano, inclusive interpretei Carolina Maria de Jesus (ninguém falava de apropriação cultural e lugar de fala nessa época) e fizemos o Núcleo de Estudos de Teatro do Oprimido (NETO) com nosso diretor: Celso Veluza. No fim desse período fiz minha formação em Yoga na Montanha Encantada.
Morar em Porto Alegre não foi fácil e a violência permeou muito nosso dia a dia. Buscando novas perspectivas com o Jo, companheiro na época e a Mírian, amiga de infância resolvemos abrir um espaço de terapias em algum lugar do Brasil.
Palhaçaria, economia solidária e feira de orgânicos
Paramos na cidade dele (Itajaí) e fizemos o Triambakam, Arte, Ciência e Espiritualidade e nessa época moramos numa casa que estava abandonada em cima do morro. Todos os dias era uma aventura subir e descer a trilha. Morávamos lá na enchente de Itajaí de 2008.
Nessa época fiz cursos de palhaçaria e me envolvi no movimento da Economia Solidária. Era voluntária no Centro Público de Economia Solidária de Itajaí (CEPESI) e atuava de várias formas, inclusive com feira de trocas e compras coletivas de orgânicos. Ajudei a fundar a feira de orgânicos de Itajaí que depois rendeu várias outras feiras nas cidades ao redor. Isso sem contar as aulas de yoga que eu dava, a administração do Triambakam, os cursos que promovia só e em parceria, como o Curso de Iniciação à Permacultura (Vida mais Sustentável) na UNISUL. Além dos cursos que eu participava como de utensílios de bambu. Até um Cineclube eu e uma amiga criamos: o Cineclube Poesia no Olhar.
Uau! Respiremos! Eu não me dou conta do tanto que fiz e faço…Tu também é assim? Mulheres, principalmente, mulheres empreendedoras e/ou mães são assim… Hehe!
Nossa! Pra quem se compromete com a evolução integralmente (física, emocional, mental e espiritual) pessoal, coletiva e ambiental não tem tédio, falta é tempo…
Mudei pra Florianópolis onde eu escolhi viver dando aulas de Yoga e comecei cursos de liderança e a Caule e me separei.
A Caule
Desde de 2010 eu já fazia e também vendia produtos naturais de higiene.
A Caule nasceu em 2012 de um convite para abrir o mercado para duas marcas de produtos de beleza naturais em Florianópolis. Comecei na minha casa com 2 amigas que em menos de 6 meses decidiram sair da sociedade.
Aqui eu conto a história da Caule, lá no inicinho.
Realizei o sonho de ter uma casa na Lagoa da Conceição, graças a ajuda dos meus pais. Uma casa que me assustou a primeira vista, pois demandava muuuito trabalho pra ser recuperada. Daí entre a recuperação da casa e nascimento da Caule trabalhava desde acordar até dormir. Isso não mudou muito. Mas é extremamente desafiante empreender sem experiência prévia e apoio. Deve ser por isso que no curso EMPRETEC que fiz com uma das minhas amigas e sócia no inicinho, perguntava quantas pessoas na sua família empreendem ou empreenderam e na minha família, ninguém empreendia…
Mas em 2014 passei a ter a ajuda da Thaís Schadech como estagiária que ficou com a gente até 2022 saindo como gerente o que viabilizou crescermos como crescemos.
O Caule Ecosalão
Em 2017 abri o Caule Ecosalão com o Rodrigo e a Júlia. E em 2018 mudamos para o Office Green na Pedra Branca para estruturar melhor a Caule que não estava mais sendo comportada pela casinha com o Ecosalão.
A loja virtual para consumidores finais
Em 2019 a Caule além de vender para lojas e mulheres que revendem, abrimos a loja para consumidor final, para quem mora em lugares remotos que não tem nem lojas e nem Agentes de Beleza. Mas nosso foco continua sendo na distribuição de cosméticos naturais (produtos de higiene, beleza e limpeza veganos e naturais) para lojas, farmácias e revendedoras. Nosso DNA é de rede.
Esse é o resumo, não tão resumido, da minha história e da Caule.
Bons “Quem somos” para melhor sermos
Eu sempre espero esse nível de profundidade quando eu entro no “Quem somos” das empresas. Me frustro com aqueles “Quem somos” genéricos que não dizem nada e o pior, não diz quem faz.
Consumo consciente passa por saber quem está à frente da empresa de quem compramos, na qual investimos. E é muito interessante pesquisar quem são os donos das empresa e seus históricos.
Tomara que tu também faça isso para escolher em qual empresa investir teu dinheiro/tempo comprando.
Mulheres empreendedoras, além de mim
Já passaram várias mulheres empreendedoras na Caule e no Ecosalão, hoje quem está comigo e que te atende é a Raquel.
A Raquel começou na Caule em 2017 como freelancer, seu filhinho Antônio tinha 2 anos. Ela nos ajudava a preparar os pedidos, logo estava ajudando no Ecosalão e se tornou peça chave nele.
A Raquel como eu vem da periferia, ABC paulista, em 2009 estudou para ser terapeuta ayurveda no Naradeva Shala onde trabalhou até 2012 quando veio pra Florianópolis. Desde aí o ayurveda não deixou mais de ser um pilar na vida dela.
Hoje além de trabalharmos diariamente juntas também estudamos e experienciamos o yoga e o ayurveda comprometidas com a nossa evolução integral (física, emocional, mental e espiritual) pessoal, coletiva e ambiental.
Quando tu é atendida pela Raquel tenha certeza de que está sendo atendida por uma mulher comprometida consigo e com seu trabalho e que pode te auxiliar e muito porque aqui nós vivenciamos o estilo de vida que preconizamos.
A Raquel é também uma mulher empreendedora! Bem isso, não precisamos ser mulheres empresárias para sermos mulheres empreendedoras. O empreendedorismo acontece na vida diária, especialmente das mulheres que cuidam das casa como se cuida de uma empresa, porque também demanda muita gestão de pessoas, principalmente e também de estoque de tempo…
Empreendedorismo feminino ideias
Então se tu te identifica com o empreendedorismo feminino pode comprar com a gente para nos apoiar. E ainda pode ser uma Agente de Beleza Integral da Caule, uma revendedora da Caule.
Sim! Poderá empreender com propósito e sem risco nenhum, porque pelo catálogo tu vende antes e compra depois.
E ainda treina todas as 10 características dos empreendedores e empreendedoras de sucesso. Assim quando tu for investir mais alto saberá que está mais preparada.
Se gostou da ideia pode saber mais e te cadastrar aqui.
Livro Trabalho com Propósito
E aqui um pequeno livro em que conto mais da minha trajetória profissional e de algumas das Agentes de Beleza Integral da Caule para que tu continue te inspirando com outras mulheres empreendedoras e te torne cada vez mais consciente dessa tua versão e te aprimore cada vez mais nela.
Baixe aqui o e-livro: A Causa da Beleza e a realização no trabalho: Agentes de Beleza Integral