Fragrância: ameaça perfumada
Se em seu ritual de beleza você usa algum produto (cosmético ou não) que contenha no rótulo a palavra fragrância, fragrance, perfume ou parfum? Sim? Então provavelmente você está fazendo um grande mal à sua saúde. Presentes na maioria dos cosméticos sintéticos (quiçá todos), as fragrâncias são substâncias tóxicas nada compatíveis com nosso organismo, e causam coceiras, asma, irritação na pele, alergias, vômitos, dores de cabeça, tontura, erupção cutânea, hiperpigmentação, tosse forte, distúrbios endócrinos e até câncer.
Em muitos produtos, a palavra “fragrância” esconde um verdadeiro coquetel de ingredientes tóxicos. Criada em laboratório para baratear os custos das empresas, ela pode conter até 200 substâncias sintéticas, entre elas parabenos e ftalatos. De maneira obscura, a indústria se protege sob a expressão “segredos industriais” para não explicitar tais químicos nos rótulos.
Pesquisa sobre fragrância
Em uma pesquisa feita pela Campaign for Safe Cosmetics (ONG muito atuante nessa área, nos EUA), por exemplo, foram detectados, via análises laboratoriais, 38 químicos não listados nos rótulos de 17 fragrâncias/perfumes de marcas conhecidas como Chanel, Giorgio Armani, Bath & Body Works, Old Spice, Calvin Klein e outras. Nesse estudo ficou constatado que tais produtos continham químicos associados com disfunção endócrina e com reações alérgicas, e muitas substâncias que não haviam sido avaliadas quanto à sua segurança para serem usadas em produtos de higiene pessoal. Segundo o relatório apresentado 66% dos químicos encobertos e 19% daqueles listados, detectados nos produtos avaliados não foram analisados quanto à sua segurança. Em suma, quando você vir a palavra fragrância, saiba que ela pode conter qualquer coisa.
Em 2015 foi inclusive feito um documentário sobre o assunto: Stink! Dirigido por Jon J. Whelan
E a ANVISA com isso?
Por incapacidade ou omissão, as agências reguladoras ficam na mesma escuridão que nós. Mesmo exigindo que as companhias de cosméticos listem os ingredientes no rótulo, elas isentam o item ‘fragrância’ desse detalhamento. Se tais substâncias isoladamente são ameaça à saúde humana e planetária, o que pensar do grau de toxicidade proveniente dessa mistura?
E vale lembrar que esses químicos encontram-se também em produtos de limpeza, velas perfumadas, purificadores, aromatizantes ambientais, medicações (inaladores e cremes esportivos), polidores de móveis, fio dental, esmalte de unhas, papeis, materiais de construção como tintas e vernizes.
Confira alguns componentes básicos das fragrâncias:
• Parabenos: Conservantes sintéticos que interferem na produção e liberação de hormônios;
• Ftalatos: conservantes sintéticos carcinogênicos e conectados com efeitos sobre a reprodução (decréscimo na contagem de espermatozoides, desenvolvimento precoce de mamas, efeitos sobre o nascimento) e danos sobre o fígado e rins;
• Almíscares sintéticos: Relacionados à disfunção hormonal, também são tidos como persistentes e acumulativos no leite materno, na gordura corpórea , no cordão umbilical e no ambiente como um todo.
E vem mais alerta por aí: aqueles produtos “sem perfume”, não significam “sem fragrância”, e sim que que o fabricante mascarou o odor original com outro aroma – também sintético.
Essa conscientização é necessária, mas não é motivo para desespero. Ninguém vai ficar menos cheiros@ ou menos higiênic@ ao abrir mão das fragrâncias. Basta lembrar da nossa rica e sábia natureza, que é capaz de suprir todas as nossas necessidades, inclusive as aromáticas…
Detox olfativo
Então a solução é um detox olfativo! Para se reconectar com a natureza, para se autoconhecer, para perceber e intuir melhor…
Essa experimentação de desintoxicar-se só traz benefícios físicos, mentais e emocionais. Sim! Afinal, nosso olfato está ligado às emoções e às memórias. A lógica é simples: somos naturais. Precisamos de energia vital, que somente pode ser encontrada em elementos da natureza. Substâncias sintéticas não contêm vida, pelo contrário. Muitas fragrâncias são grandes “agressões” a quem é suscetível a químicos. (Veja mais sobre esse assunto na minha palestra “Aromas Revelam a Beleza Integral”!
Nos cosméticos naturais
Nos cosméticos naturais esse item pode vir seguido de um asterisco esclarecendo que a fragrância é derivada de ingredientes naturais. Alguns cosméticos naturais ainda tem fragrância como único ou um dos poucos ingredientes sintéticos, em geral nos mais em conta. Na Caule ainda temos os produtos da Milão (com exceção do sabão de coco), da Boni e da Suavetex que tem fragrância sintética. As marcas alegam que essa é uma forma de viabilizar o produto natural para um público maior já que os produtos ficam mais em conta e que o consumidor brasileiro prefere os produtos mais perfumados. Foi muito surpresa quando na Multi Vegetal disseram que recebem muitas reclamações pelo aroma dos produtos que é 100% natural e maravilhoso. É tipo quando estamos viciados em balas e comemos uma fruta.
A natureza é funcional – os aromas naturais também
Os aromas naturais são agradáveis e prazerosos – mesmo que uma pessoa muito intoxicada com sintéticos duvide. E mesmo que algum cheiro específico não seja de agrado, existe um leque de opções de óleos essenciais e outras matérias-primas naturais que atuam de maneira farmacológica e terapêutica, sem por a saúde e o meio ambiente em risco.
Já as mulheres mais radicais, que decidem não usar nada, são consideradas ainda mais atraentes. Estudos revelam que o aroma feminino genuíno é mais sedutor que qualquer perfume. E então, pront@ para um detox?