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Cosméticos naturais e orgânicos nacionais x importados

O primeiro contato que tive com o mundo emprearial dos cosméticos naturais e orgânicos foi bem profundo, lendo o livro: “Meu Jeito de Fazer Negócios” de Anita Roddick criadora da The Body Shop. Nem lembro mais quando foi, mais de 10 anos com certeza!  Foi um dos livros mais inspiradores que li. Terminei o livro admirando a Anita e a The Body Shop.

The Body Shop no Brasil

No Brasil por muito tempo não soube de uma loja da rede por aqui. Depois de anos tive notícia de loja em São Paulo, mas que não conheci. Visitei recentemente uma em Porto Alegre no Barra Shopping.  Já sei que a Anita morreu em 2007, e que ainda antes de morrer vendeu a marca à L´Oréal. Fato que me faz questionar os fatos que narra no livro.  A história de marca aparece no site brasileiro. E até que nem exploram tanto a imagem e a história.

Burt´s Bees

Bem diferente é no site da Burt´s Bees em que o Burt, o motoqueiro alternativo que criou a marca, apesar de não decidir mais nada na empresa aparece em cada canto como garoto propaganda.  Não me surpreendeu tanto, ver os ingredientes convencionais tóxicos e poluentes na The Body Shop agora, já que sei quem está por trás, hoje. Mas sempre é uma decepção ver iniciativas legais serem dizimadas por iniciativas lucrativistas.

E vamos para a Burt ´s Bees.  Conheci a marca numa loja que trabalha com os produtos que distribuímos. Confesso, já não gostei por ser uma marca Estadunidense. Sempre penso: Não podemos fazer esses produtos aqui no Brasil ou na América do Sul? Precisamos trazer de tão longe? Vamos incentivar as marcas nacionais, por duas questões: incentivar a economia local e manter as divisas aqui. Isso sem falar  da pegada ecológica do transporte, de quanto mais longe vem tanto maior é a pegada ecológica. E não é uma questão de nacionalismo, é mais uma questão de localidade. Para quem mora no extrema sul faz inclusive mais sentido, em geral, comprar algo do Uruguai do que do Sudeste, em termos de pegada ecológica e até de economia local.

Daí vou eu para o site da Burt´s Bees, lindo! A história da marca descrita em detalhes e o Barbudo Burt em cada página do site. Achei muito “plástico” para ter sido feito ou criado pelo Burt. Vou então ao Wikipédia para saber mais sobre essa marca e tcharam: depois de passar uma temporada sendo da Unilever, empresa multinacional que faz produtos que intoxicam e poluem via oral, olfativa e tópica.  A Burt´s Bees é hoje então subsidiária da Clorox, com esse nome fica fácil de imaginar com que lida essa empresa. Para quem sabe que papel e algodão é mais saudável para as pessoas e o planeta se for não clorado, não precisa dizer muito, né?

Por que é assim?

Isso tudo acontece porque lá fora, nos países que se enriqueceram financeiramente, esse mercado já está a anos luz na frente. Já foram e voltaram, resumindo. Já se deram conta dos perigos de alguns ingredientes, os evitaram e até eliminaram e deu tão certo que essas empresas alternativas cresceram e foram vendidas a multinacionais, evitadas por pessoas que tenham lido pelo menos três posts sobre seu impacto no planeta ou assistido a um mísero documentário sobre o assunto.

As iniciativas alternativas lá deram tão certo que se tornaram alvo de empresários do capital especulativo e uma ameaça às empresas que fabricam produtos convencionais – tóxicos . E justamente pela ameaça que resolvem comprar com ofertas milionárias o concorrente que não conseguem mais sufocar. Para em seguida esvaziar a filosofia, colocando ingredientes que dão mais lucro, e do natural e saudável apenas ficam a imagem e a história inicial da marca.

O que, então, faz a diferença entre as pessoas que escolhem determinada marca e não outra? Pesquisa, reflexão e busca por outras alternativas.

Um ou outro? Não é tão simples…

E não é porque determinada marca é nacional e tem um apelo natural que é boa. Não, não é tão simples assim! Acabo de ver em duas vitrines mais uma marca dentre infinitas com o apelo amazônico e com argila. Triste ver que o nome da Amazônia sirva como chamariz de tantos produtos que mais mereciam ter no rótulo o apelo ao aterro do Gramacho (maior aterro de lixo da América Latina) o que seria pelo menos, mais coerente.

E também não quer dizer que por serem de fora as marcas são ruins, mas as que tem poder de chegar com toda essa infraestrutura aqui, melhor olhar com mais cuidado. Tem muitas empresas lá fora maravilhosas. A minha proposta é que fortaleçamos as iniciativas maravilhosas que temos por aqui, se estamos aqui

Tá se sentindo insegura com suas escolhas, alvo fácil para marcas astutas? Consulte aqui o Guia de Consumo de Cosméticos Saudáveis para as Pessoas e o Planeta que fizemos!

 

L’Occitane au Brésil

E para continuar o raciocínio por aqui, ainda que exemplos não faltem: é uma tristeza para mim chegar no aeroporto de Florianópolis, cidade que escolhi viver e ver bem no meio um quiosque da L´Occitane au Brésil. Pelo amor de todos os deuses… sim, sou ecumênica ortodoxa! Por que, por que, por que? Por que precisamos que venha uma marca da França, fazer cosméticos com ingredientes brasileiros em quantidades ínfimas para serem vendidos como souvenir do Brasil??? Que povo é esse capaz dessa incongruência? Duvido que algum francês em sã consciência, compraria um produto brasileiro feito com uma quantidade ínfima de lavanda francesa e vendido como souvenir da França. Muita atitude de colonizados da nossa parte, não é? Está na hora de mudar isso!

Nem sempre… muito pelo contrário…

E tem mais, nem sempre os cosméticos naturais e orgânicos importados são de qualidade superior. É verdade que o mercado de cosméticos naturais e orgânicos nos Estados Unidos e na Europa está muito mais desenvolvido e difundido, as empresas lá atuam nesse ramo há mais de 20 anos. Enquanto aqui no Brasil ainda são as pioneiras que criam produtos por paixão, com a melhor formulação possível, lá há muita gente que entrou nesse filão por causa das oportunidades de lucro num mercado em expansão.

Aqui no vídeo:  “Cosméticos naturais e orgânicos importados” eu abordo também esse assunto!

Marcas no Brasil

Aqui predomina a filosofia, lá a economia! (Veja o meu vídeo sobre esse aspecto aqui). Portanto, há maior diversidade na oferta de produtos lá, mas aqui, temos produtos com qualidade superior, embora ainda sejam poucos. (Se tiver interesse em saber mais sobre o mercado Europeu, tenho uma série de vídeos curtos com o título Ecovisitas na Alemanha na metade da página Caule-TV)

Uma dessas marcas pioneiras no Brasil é a Multi Vegetal que faz os melhores produtos para cabelos que eu conheço.

Considerações finais

Escolhas conscientes dependem de informações. Quanto mais informações você tiver melhores escolhas pode fazer. Parafraseando a Francine Lima do Canal “Do campo à mesa” – “Você é o que você sabe sobre os produtos cosméticos que consome”.

Busque informações que lhe interessem, não fique limitada a informações que são convenientes às empresas e ao poder econômico estabelecido.  Assuma o poder das suas escolhas, não delegue a quem nem sabe da sua existência. Suas escolhas podem fazer uma diferença não apenas para você, mas também para as pessoas que você conhece, para o mercado e para o planeta.

E como bem disse Anita Roddick: “Se você pensa que é muito pequeno para causar impacto, tente ir para a cama com um mosquito.”

E agora…

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5 thoughts on “Cosméticos naturais e orgânicos nacionais x importados

  • Ana Paula

    Muito bom seu texto… vou procurar saber sobre este livro.

    • Maravilhoso. Você sabe me falar algo sobre cosmeticos Naturais uruguaios?

      • admin_caule

        Que bom que gostou! Infelizmente não temos contatos no Uruguai, mas gostaríamos muito conhecer, se descobrir, me conte!

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