Os cosméticos que você usa podem conter substâncias tóxicas – Superinteressante
Por Lydia Cintra Atualizado em13/06/2011
Shampoo, condicionador, desodorante, perfume, hidratantes, base, blush, rímel, corretivo, batom… tantos produtos de beleza e higiene quase não cabem na penteadeira. E, não tem jeito, todo mundo usa. Mas, o que os cosméticos têm a ver com sustentabilidade?
Em 2010, Annie Leonard (a mesma que fez o vídeo A História das Coisas), produziu a A História dos Cosméticos em parceria com a Campaign for Safe Cosmetics. O princípio dessa história, que já havia sido abordado por Annie no primeiro vídeo, parece simples: “tóxicos entram, tóxicos saem”. Ou seja, a indústria de cosméticos utiliza alto número de substâncias tóxicas. Esses materiais prejudicam a natureza, os trabalhadores, as comunidades envolvidas na extração de matérias-primas e, claro, os consumidores.
Em 2009, a FDA (U.S. Food and Drug Administration) testou 20 marcas de batom e encontrou chumbo em todas elas – em níveis considerados elevados. O elemento pode causar distúrbios de aprendizagem, linguagem, problemas de comportamento e é mais perigoso ainda para mulheres grávidas, porque a substância pode atingir o bebê.
Mulheres, vocês já pensaram que um simples batom pode conter chumbo?
Segundo Annie, “menos de 20% dos químicos dos cosméticos foram testados pelo Comitê de Segurança da Indústria (EUA), então simplesmente não sabemos dos seus possíveis efeitos quando usamos.” Lá, uma mulher usa em média 12 produtos cosméticos por dia. Cada um contém em média 12 ou mais de produtos químicos. Alguns com propriedades cancerígenas.
O Brasil ocupa a terceira posição em participação no mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, de acordo com Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). Aqui, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável pela avaliação dos produtos, usa parâmetros como dados toxicológicos sobre os ingredientes e margem de segurança para aqueles considerados mais “críticos”.
No seu Guia Para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos, a Agência diz que “a maioria das informações necessárias na avaliação do risco potencial de um produto cosmético resulta do conhecimento dos ingredientes que compõem sua fórmula.” Ou seja, saber o que tem dentro do que usamos é essencial para avaliar se um produto faz mal à saúde e ao meio ambiente ou não (o mesmo princípio do “tóxicos entram, tóxicos saem”).
O que fazer?
Annie Leonard diz que “as decisões importantes não são tomadas na hora em que eu escolho um produto na prateleira. Elas acontecem quando as empresas e governos decidem o que deve ser colocado nesse produto.” Ao que cabe ao consumidor decidir, a Anvisa dá algumas dicas:
– Verifique se o cosmético que você vai comprar tem registro no Ministério da Saúde;
– Leia sempre o rótulo;
– Tome cuidado com o uso de cosméticos em crianças.
No site da Campaign for Safe Cosmetics também é possível encontrar informações importantes sobre marcas de cosméticos e elementos tóxicos em produtos de beleza que vão de esmaltes a perfumes – ele é voltado para produtos norte-americanos, mas muita coisa também serve para nós, brasileiros.